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Sarcopenia: a perda muscular silenciosa

A sarcopenia, embora ainda pouco conhecida pela população em geral, é uma síndrome clínica que representa uma das principais ameaças à autonomia funcional e à qualidade de vida de adultos e idosos. Caracterizada pela perda progressiva e generalizada de massa muscular, força e desempenho físico, a sarcopenia está associada ao envelhecimento, mas também pode ser acelerada por doenças crônicas, hábitos de vida inadequados e deficiências hormonais.
De acordo com estudo realizado por pesquisadores da Universidade de São Carlos (UFSCAr) e da University College London (Reino Unido), a sarcopenia dever ser considerada um indicador de risco de morte mais preocupante do que a síndrome da fragilidade.

Força e mobilidade

A Dra. Juliane Lotufo, ginecologista, explica que a sarcopenia não é apenas uma consequência natural do envelhecimento. É uma condição tratável que, se diagnosticada precocemente, pode ter seu curso modificado com intervenções adequadas. “A perda de força e de mobilidade, quando negligenciadas, acabam aumentando o risco de quedas, fraturas, hospitalizações e até morte precoce”.

Sinais de alerta

Os sinais clínicos da sarcopenia muitas vezes surgem de maneira sutil. Quedas frequentes, dificuldade para levantar da cadeira ou da cama sem apoio, redução da velocidade ao caminhar, perda de peso não intencional e fadiga ao realizar tarefas simples são indícios importantes que merecem avaliação médica. O enfraquecimento das mãos, por exemplo, é um critério diagnóstico relevante e facilmente observável no dia a dia.

Além do envelhecimento


Embora a idade seja um fator de risco importante, outras condições clínicas podem acelerar a perda muscular. “Doenças inflamatórias crônicas, como artrite reumatoide, disfunções endócrinas, câncer, insuficiências cardíaca ou renal e deficiências hormonais — especialmente de testosterona, estrogênio e DHEA — estão entre os principais agravantes”, afirma a Dra. Juliane.
Hábitos de vida também desempenham papel determinante: sedentarismo, alimentação pobre em proteínas, tabagismo, consumo excessivo de álcool, privação de sono e estresse crônico contribuem para o avanço da sarcopenia. “Infelizmente, muitos fatores que favorecem a perda muscular estão presentes no cotidiano moderno. É preciso repensar o estilo de vida como uma forma de preservar a saúde muscular”, reforça a médica.

Tratamento e prevenção


O tratamento da sarcopenia exige uma abordagem multidisciplinar, envolvendo reeducação alimentar, prática regular de exercícios resistidos (como musculação), correção de déficits nutricionais e, em casos selecionados, suporte farmacológico.
Um dos recursos terapêuticos que tem ganhado destaque é a oxandrolona, um esteroide anabolizante sintético com potente ação anabólica e baixo potencial androgênico. “A oxandrolona pode ser indicada em pacientes com sarcopenia, especialmente aqueles que enfrentam perda muscular grave após hospitalizações prolongadas, doenças crônicas ou desnutrição proteico-calórica”, esclarece a médica.
Apesar dos benefícios, a prescrição da oxandrolona deve ser criteriosa e sempre supervisionada por um profissional de saúde. “O uso indiscriminado de anabolizantes representa um risco sério à saúde. A oxandrolona jamais deve ser usada com finalidade estética ou como suplemento de academia. Seu uso exige protocolo clínico bem definido, consentimento informado e monitoramento rigoroso”, adverte a Dra. Juliane.

Desafio crescente

Contraindicações como neoplasias hormônio-dependentes, disfunções hepáticas graves e doenças cardiovasculares descompensadas devem ser cuidadosamente avaliadas antes da prescrição. O acompanhamento deve incluir exames laboratoriais periódicos e avaliação clínica contínua.
A sarcopenia é um desafio crescente diante do envelhecimento populacional e das mudanças nos padrões de vida. Diagnóstico precoce, intervenção multidisciplinar e, quando necessário, suporte hormonal como a oxandrolona, são estratégias fundamentais para preservar a força, a mobilidade e, acima de tudo, a autonomia dos pacientes.
“Manter a musculatura saudável não é apenas uma questão estética, mas de independência e qualidade de vida. O combate à sarcopenia começa com informação e termina com ação”, finaliza a Dra. Juliane Lotufo.

Fonte: Dra. Juliane Lotufo – Especialista em Ginecologia e Obstetrícia. Referência em Implantes Hormonais e Reprodução humana, atuando nas áreas de Reposição Hormonal, Fertilidade e Gestação de risco. Possui Pós-Graduação em Endocrinologia.

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